#178 Pessoas nao amam marcas: amam pessoas

Published: March 24, 2020, 8 a.m.

b'No livro Marketing Rebellion, Mark Schaefer defende uma ideia que \\xe9 f\\xe1cil de comprar.

N\\xf3s, seres humanos, amamos pessoas.

Ok, podemos gostar de marcas. Voc\\xea e eu temos as nossas prefer\\xeancias, sem d\\xfavida.

Mas o nosso verdadeiro envolvimento emocional \\xe9 sempre com pessoas.

No livro, o Mark Schaefer conta uma passagem pitoresca que refor\\xe7a muito bem essa ideia.

Bom, para ele, todas as redes de hotel s\\xe3o iguais.

Hyatt, Marriott, Hilton: s\\xe3o hot\\xe9is iguais em tudo... pre\\xe7o, apar\\xeancia e demais atributos.

O que conta na hora da escolha \\xe9 a localiza\\xe7\\xe3o e o pre\\xe7o.

Mas existe um \\u2014 apenas um \\u2014 hotel diferente nesse mar de monotonia.

\\xc9 o Hyatt da cidade de New Brunswick, onde elese hospeda sempre que d\\xe1 aulas na Universidade de Rutgers.

Porque \\xe9 l\\xe1 que uma simp\\xe1tica senhora chamada Terry Olivera o recepciona com um largo sorriso e cabelos grisalhos sempre que ele chega \\xe0 recep\\xe7\\xe3o.

Ela sempre o recebe com um simp\\xe1tico "Hello, Mr. Schaefer!".

Uma vez, j\\xe1 perto do Natal, Mark Schaefer fazia sua \\xfaltima viagem do ano para aquela cidade.

A viagem atrasou por causa de uma nevasca.

O assento dele no avi\\xe3o estava ao lado de uma crian\\xe7a doente que n\\xe3o parava de gritar.

Os trens para New Brunswick acabaram saindo atrasados do aeroporto por causa do mau tempo.

S\\xf3 pra piorar, da caminhada da esta\\xe7\\xe3o de metr\\xf4 at\\xe9 o hotel, os sapatos dele encheram de lama e neve.

Quando ele entrou no hotel, a Sra Terry percebeu que o Mark Schaefer estava exausto e morrendo de fome.

Pouco tempo depois, ele saiu e foi cumprir os seus compromissos dele na universida.

Ao voltar mais tarde para o hotel, o Mark Schaefer foi surpreendido por um prato de frutas e queijo esperando por ele no quarto.

Tinha tamb\\xe9m uma jarra de vinho e uma nota escrita \\xe0 m\\xe3o pela Sra Terry com seus desejos para um dia seguinte mais alegre.

N\\xe3o foi s\\xf3 isso. Na manh\\xe3 seguinte, a senhora Terry saiu de tr\\xe1s do balc\\xe3o e deu um abra\\xe7o de despedida no Mark Schaefer.

Talvez nem todos considerassem isso politicamente correto \\u2014 contou o Mark Schaefer no livro \\u2014, mas ele realmente precisava daquele abra\\xe7o.

Todo aquele calor humano levou o Mark Schaefer a publicar no seu blog um post intitulado "Como fui abra\\xe7ado por uma marca. Literalmente".

O post viralizou e o Hyatt o destacou em seu site corporativo.

No dia seguinte, a senhora Terry recebeu uma liga\\xe7\\xe3o quando estava em casa.

Algu\\xe9m avisou que ela deveria ir imediatamente ao hotel.

Chegando l\\xe1, o presidente da rede estava no Hyatt pessoalmente para cumpriment\\xe1-la.

Meses depois, ela foi condecorada e recebeu o t\\xedtulo de Funcion\\xe1ria do Ano.

O fato \\xe9 que ningu\\xe9m ama de verdade um logotipo ou um jingle.

N\\xf3s, seres humanos, nos envolvemos emocionalmente com pessoas. Essas s\\xe3o as verdadeiras rela\\xe7\\xf5es humanas.

Tudo isso tem fundamento cient\\xedfico. Pesquisadores da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, conclu\\xedram que n\\xf3s, seres humanos, fazemos nossos julgamentos com base em dois fatores principais: calor humano e compet\\xeancia.

Os pesquisadores conclu\\xedram, ainda, que n\\xf3s estabelecemos rela\\xe7\\xf5es com as marcas da mesma maneira.

Esperamos interagir com as empresas da mesma forma como interagimos com seres humanos reais.

Foi o que aconteceu no caso do Hyatt.

Ent\\xe3o, quando voc\\xea pensar na rela\\xe7\\xe3o com o seu p\\xfablico, pense sempre que do outro lado n\\xe3o est\\xe3o cadastros, emails, gr\\xe1ficos.

Parafraseando os paralamas do sucesso, atr\\xe1s daqueles n\\xfameros tamb\\xe9m bate um cora\\xe7\\xe3o, viu?

J\\xe1 comentei no podcast anterior, mas vou repetir. Fiz a resenha do livro Marketing Rebellion.'