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O Mateus, um jovem, me escreve perguntando se é pecado rir dos pais que falam errado e ridicularizar um professor que é gay. Uma pergunta para mim preocupante. Deixem-me falar com ele.

Mateus, você está pecando de várias maneiras. O primeiro pecado é achar que os seus estudos e a sua visão de mundo o fazem melhor que seus pais. Que direito tem você de medir seus pais de uma forma negativa como está fazendo? Escute, meu amigo, eu tive a graça de Deus de frequentar três faculdades – teologia, filosofia e jornalismo. Atuei durante 32 anos neste querido jornal O SÃO PAULO, da Arquidiocese de São Paulo. Eu trocaria toda essa sabedoria livresca pela alegria de ter meus pais de volta, de ter minha mãe com toda a sua simplicidade me dando lições de vida.

Outra coisa Mateus, eu percebo que o seu preconceito não é só contra seus pais. Você é também homofóbico. Meu irmão, meu irmão. Largue disso, porque você, ao discriminar seus pais e ao discriminar qualquer outra categoria de pessoas, está fazendo péssimas escolhas que vão fazer você sofrer muito no futuro. Não é bonita nenhuma de suas duas atitudes. E é pecado grave sim. Porque vocês está se fechando num mundo infeliz, está pecando contra o quarto mandamento e está pecando contra o quinto, porque se esquece do amor filial que você deve a seus pais e peca conta a vida do seu irmão, negando-lhe acolhimento e respeito.

Pense, Mateus, é horrível ver um jovem caminhando pelos caminhos da discriminação e do preconceito. Abra o seu coração e aprenda a ver em todas as pessoas a dignidade que Deus colocou nelas. Abraço você com carinho.