Ercílio Tranjan, o poderoso chefão da propaganda brasileira

Published: Nov. 19, 2018, 5:40 p.m.

Ercílio Tranjan é da época em que publicitário não era celebridade. Apenas um profissional que passava seus dias se divertindo, criando anúncios e filmes e sacaneando os colegas da criação. Irresponsáveis que foram responsáveis por campanhas memoráveis, inteligentes e muito divertidas. Durante muitos anos, Ercílio foi uma espécie de Poderoso Chefão da propaganda nacional. Mas um Don Corleone do bem, defensor da profissão e amigo dos amigos. Um grande criativo brasileiro. Uma lenda viva. Nessa nossa conversa divertidíssima, falamos de criatividade, de como surgiu a propaganda moderna e de sua época de ouro, de muitos causos impagáveis, de ética na comunicação, do dia-a-dia de um agência na época da ditadura, da publicidade dos dias de hoje e muito mais. Inteligência e consciência que não é comum se encontrar em profissionais de propaganda. O currículo do mestre Ercílio Faria Tranjan, filho de Anix Tranjan e Ruth Faria Tranjan, nasceu em Santos, São Paulo, em 6 de julho de 1945. Estudou Ciências Sociais na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo. Ingressou na Publicidade em 1963 na JMM Publicidade. Trabalhou na DENISON-São Paulo como Redator e Diretor de Criação, de 1967 a 1978. Foi Diretor de Criação na MPM-SP de 1978 a 1982 e na ALMAP- São Paulo, de 1982 a 1990, de onde saiu para assumir a criação da LINTAS, também em São Paulo. Em 1991, com a fusão da MPM com a Lintas Brasil, passou a ocupar o cargo de Vice-Presidente Executivo e Diretor Nacional de Criação da MPM-Lintas. DE 1996 a 1999 foi sócio e Diretor de Criação da Contemporânea, em São Paulo. Em fins de 1999 transferiu-se de São Paulo para o Rio de Janeiro, assumindo a Direção de Criação da Propeg (depois rebatizada Quê/Next e posteriormente apenas Quê). Foi o primeiro presidente eleito do Clube de Criação de São Paulo (1979/1981). É um dos profissionais de criação mais premiados na publicidade brasileira. Em 1986, conquistou, na categoria Profissional de Criação, o Prêmio Caboré (Meio & Mensagem). Em 2001 foi reconhecido como o Profissional de Propaganda do Ano do Rio de Janeiro (Prêmio Colunistas). Em 2002 foi considerado Diretor de Criação do Ano do Rio de Janeiro pela ABP – Associação Brasileira de Propaganda. Em 2003, ao lado de Washington Olivetto, passou a integrar o HALL DA FAMA do Clube de Criação de São Paulo. Eleito pelos leitores de Meio & Mensagem como um dos 25 profissionais mais importantes da propaganda brasileira. Conquistou 11 Leões em Cannes na categoria de Filmes. Está entre os 50 profissionais que fizeram a história da Publicidade Brasileira nos últimos 50 Anos, de acordo com revista Propaganda (Edição histórica dos 50 anos – março 2006). Em Agosto de 2006 é lançou em Paraty, no 1º. Encontro Latino-americano de Redação Publicitária, seu livro “É só Propaganda – 75 frases que viraram anúncios. Ou vice-versa”. Em 2014 decidiu que já estava na hora de a propaganda largar do seu pé. Em 2016, junto da esposa Nilce Tranjan, traduziu o livro "Montevideanos" de Mario Benedetti.