O Homem de Bem, Alan Kardec

Published: Oct. 4, 2020, 12:50 a.m.

b'O homem de bem\\n\\n\\n3.\\xa0O verdadeiro homem de bem \\xe9 o que cumpre a lei de justi\\xe7a, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consci\\xeancia sobre seus pr\\xf3prios atos, a si mesmo perguntar\\xe1 se violou essa lei, se n\\xe3o praticou o mal, se fez todo o bem\\xa0que podia,\\xa0se desprezou voluntariamente alguma ocasi\\xe3o de ser \\xfatil, se ningu\\xe9m tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem.\\n\\nDeposita f\\xe9 em Deus, na Sua bondade, na Sua justi\\xe7a e na Sua sabedoria. Sabe que sem a Sua permiss\\xe3o nada acontece e se Lhe submete \\xe0 vontade em todas as coisas.\\n\\nTem f\\xe9 no futuro, raz\\xe3o por que coloca os bens espirituais acima dos bens temporais.\\n\\nSabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decep\\xe7\\xf5es s\\xe3o provas ou expia\\xe7\\xf5es e as aceita sem murmurar.\\n\\nPossu\\xeddo do sentimento de caridade e de amor ao pr\\xf3ximo, faz o bem pelo bem, sem esperar paga alguma; retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre seus interesses \\xe0 justi\\xe7a.\\n\\nEncontra satisfa\\xe7\\xe3o nos benef\\xedcios que espalha, nos servi\\xe7os que presta, no fazer ditosos os outros, nas l\\xe1grimas que enxuga, nas consola\\xe7\\xf5es que prodigaliza aos aflitos. Seu primeiro impulso \\xe9 para pensar nos outros, antes de pensar em si, \\xe9 para cuidar dos interesses dos outros antes do seu pr\\xf3prio interesse. O ego\\xedsta, ao contr\\xe1rio, calcula os proventos e as perdas decorrentes de toda a\\xe7\\xe3o generosa.\\n\\nO homem de bem \\xe9 bom, humano e benevolente para com todos, sem distin\\xe7\\xe3o\\xa0de ra\\xe7as, nem de cren\\xe7as,\\xa0porque em todos os homens v\\xea irm\\xe3os seus.\\n\\nRespeita nos outros todas as convic\\xe7\\xf5es sinceras e n\\xe3o lan\\xe7a an\\xe1tema aos que como ele n\\xe3o pensam.\\n\\nEm todas as circunst\\xe2ncias, toma por guia a caridade, tendo como certo que aquele que prejudica a outrem com palavras mal\\xe9volas, que fere com o seu orgulho e o seu desprezo a suscetibilidade de algu\\xe9m, que n\\xe3o recua \\xe0 id\\xe9ia de causar um sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever de amar o pr\\xf3ximo e n\\xe3o merece a clem\\xeancia do Senhor.\\n\\nN\\xe3o alimenta \\xf3dio, nem rancor, nem desejo de vingan\\xe7a; a exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas e s\\xf3 dos benef\\xedcios se lembra, por saber que perdoado lhe ser\\xe1 conforme houver perdoado.\\n\\n\\xc9 indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que tamb\\xe9m necessita de indulg\\xeancia e tem presente esta senten\\xe7a do Cristo: \\u201cAtire-lhe a primeira pedra aquele que se achar sem pecado.\\u201d\\n\\nNunca se compraz em rebuscar os defeitos alheios, nem, ainda, em evidenci\\xe1-los. Se a isso se v\\xea obrigado, procura sempre o bem que possa atenuar o mal.\\n\\nEstuda suas pr\\xf3prias imperfei\\xe7\\xf5es e trabalha incessantemente em combat\\xea-las. Todos os esfor\\xe7os emprega para dizer, no dia seguinte, que alguma coisa traz em si de melhor do que na v\\xe9spera.\\n\\nN\\xe3o procura dar valor ao seu esp\\xedrito, nem aos seus talentos, a expensas de outrem; aproveita, ao rev\\xe9s, todas as ocasi\\xf5es para fazer ressaltar o que seja proveitoso aos outros.\\n\\nN\\xe3o se envaidece da sua riqueza, nem de suas vantagens pessoais, por saber que tudo o que lhe foi dado pode ser-lhe tirado.\\n\\nUsa, mas n\\xe3o abusa dos bens que lhe s\\xe3o concedidos, sabe que \\xe9 um dep\\xf3sito de que ter\\xe1 de prestarcontas e que o mais prejudicial emprego que lhe pode dar \\xe9 o de aplic\\xe1-lo \\xe0 satisfa\\xe7\\xe3o de suas paix\\xf5es.\\n\\nSe a ordem social colocou sob o seu mando outros homens, trata-os com bondade e benevol\\xeancia, porque s\\xe3o seus iguais perante Deus; usa da sua autoridade para lhes levantar o moral e n\\xe3o para os esmagar com o seu orgulho. Evita tudo quanto lhes possa tornar mais penosa a posi\\xe7\\xe3o subalterna em que se encontram...\\n\\nFinalmente, o homem de bem respeita todos os direitos que aos seus semelhantes d\\xe3o as leis da Natureza,como quer que sejam respeitados os seus.\\n\\nN\\xe3o ficam assim enumeradas todas as qualidades ...Evangelho Segundo o Espiritismo, Capitulo XVII, Item 3: O Homem de Bem. Cita\\xe7\\xe3o parcial para estudo, de acordo com o artigo 46, item III, da\\xa0Lei de Direitos Autorais.'