Podcast no Brasil: A espontaneidade e o peso da responsabilidade

Published: Feb. 27, 2022, 3:05 a.m.

Na edição especial sobre a podcastmania, nada melhor que um formato que as aclimatou muito bem no país para discutir os rumos do podcast no Brasil: um mesacast. Neste episódio, Gama reúne os jornalistas Letícia Arcoverde, editora do Nexo jornal e apresentadora do Durma com Essa, José Orenstein, sócio da Trovão Mídia; e Victor Assis, diretor-executivo do Pod Pah.

O debate gira em torno de como o Brasil mergulhou de cabeça no universo dos podcasts e tem marcas próprias do jeito de fazer, sendo a maior delas a espontaneidade: aqui, a gente fala ao microfone como se estivesse numa mesa de bar, rodeado de amigos. Ao mesmo tempo que isso aponta para uma vantagem, de uma proximidade com quem está ouvindo, é também sintoma da falta de poder de produção – temos menos possibilidade de fazer os formatos narrativos e custosos como acontece em outros países.

Com cada vez mais público, os podcasters brasileiros não têm ainda muita ideia do seu alcance, nem da responsabilidade que têm ao falar "no pé do ouvido" de milhões de brasileiros. "Como diria o Peter Parker, com grandes poderes vêm grandes responsabilidades. Falta entender isso", diz José Oresntein na conversa, em referência ao caso do Podcast Flow, em que um dos apresentadores, Bruno Monteiro Aiub, conhecido como Monark, fez declarações de apologia ao nazismo. Os três especialistas concordam que ainda tem muita estrada para o podcast brasileiro percorrer e que interseções com outras mídias (séries, livros e grandes eventos) devem acontecer em breve.