#72 [serie Orientacoes Politicas] Mario Amorim Lopes - Desigualdade, liberalizacao economica, Estado Social e politica identitaria

Published: Oct. 17, 2019, 6:30 a.m.

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M\\xe1rio Amorim Lopes \\xe9 docente universit\\xe1rio, investigador na \\xe1rea da economia e pol\\xedticas de sa\\xfade, e algu\\xe9m que se descreve de forma provocadora como \\u201cdespudoradamente liberal\\u201d. O M\\xe1rio tem sido uma presen\\xe7a activa no discuss\\xe3o p\\xfablica, seja no blog O Insurgente, no Twitter, ou ainda atrav\\xe9s dos ensaios sobre a \\xe1rea da sa\\xfade que tem escrito no Observador.

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Uma vez que nos identificamos ambos enquanto liberais - eu porventura mais \\u201cpudoradamente\\u201d do que o M\\xe1rio -, e talvez, quem sabe, por eu ser um tudo-nada do contra, tentei puxar mais por temas em que previa que f\\xf4ssemos discordar.\\xa0

Resultou, por isso, numa conversa desafiante, embora at\\xe9 tenhamos discordado menos do que pensei inicialmente (o que mostra bem como n\\xe3o se deve reduzir as pessoas a r\\xf3tulos).\\xa0

Entre os temas em que estivemos alinhados destaco um que o M\\xe1rio trouxe \\xe0 conversa: o papel que os privados podem ter na sa\\xfade ou no ensino, e que n\\xe3o \\xe9, \\xe0 priori, incompat\\xedvel com um sistema de acesso universal..

Fal\\xe1mos tamb\\xe9m de quest\\xf5es que extravasam Portugal, como o aumento da concentra\\xe7\\xe3o de riqueza em pa\\xedses como os EUA, e o aumento do poder de mercado de alguns gigantes tecnol\\xf3gicos; temas que me parece deverem suscitar no m\\xednimo d\\xfavidas entre liberais, visto que poder econ\\xf3mico, esteja ele com indiv\\xedduos ou com empresas, facilmente converte-se em poder pol\\xedtico.

Discutimos ainda uma cr\\xedtica que fa\\xe7o a uma parte relevante da direita liberal em Portugal, que, em muitos casos, fala muito em meritocracia mas parece, na pr\\xe1tica, dar pouca aten\\xe7\\xe3o a tentar diminuir a desigualdade de oportunidades.

Termin\\xe1mos a discutir o que me parece ser um dos grandes desafios actuais para um progressista liberal: como fazer oposi\\xe7\\xe3o \\xe0s agendas pol\\xedticas que v\\xeam a reboque da expans\\xe3o da pol\\xedtica identit\\xe1ria e das tentativas de condicionamento do discurso sem deixar de reconhecer que existem, inegavelmente, problemas urgentes de injusti\\xe7a social subjacentes que n\\xe3o se v\\xe3o resolver sozinhos.

No total, percorremos uma s\\xe9rie de temas, uns mais sociais outros mais econ\\xf3micos:

  1. Origem do pensamento pol\\xedtico do convidado;\\xa0
  2. A personalidade de um liberal
  3. A confus\\xe3o entre desigualdade e pobreza
  4. A concentra\\xe7\\xe3o de riqueza em indiv\\xedduos e o poder de mercado dos gigantes tecnol\\xf3gicos nos EUA.
  5. Os problemas g\\xe9meos de Portugal: falta de crescimento econ\\xf3mico vs desigualdade de oportunidades
  6. O \\u201cpreconceito ideol\\xf3gico\\u201d que impede a discuss\\xe3o sobre o fornecimento privado de sa\\xfade ou ensino com financiamento p\\xfablico
  7. N\\xe3o est\\xe1 muita gente que se diz liberal ec defensora da meritocracia\\xa0 na realidade mais preocupada com liberalizar mercados e menos com diminuir a desigualdade de oportunidades
  8. Estado Social
  9. Pol\\xedticas identit\\xe1rias

Uma \\xfaltima nota ainda para a qualidade do som, que n\\xe3o \\xe9 a melhor, visto que a conversa foi gravada remotamente, mas acho que n\\xe3o incomoda excessivamente.\\xa0

Obrigado aos mecenas do podcast:

  • Gustavo Pimenta; Eduardo Correia de Matos
  • Joana Faria Alves, Joao Manzarra, Jo\\xe3o Baltazar, Mafalda Lopes da Costa, Salvador Cunha, Tiago Leite, Duarte D\\xf3ria
  • Abilio Silva, Ant\\xf3nio Padilha, Carlos Martins, Carmen Camacho, Daniel Correia, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, Helder Miranda, Joao Saro, Jo\\xe3o Nelas, Mafalda Pratas, Rafael Melo, Rafael Santos, Ricardo Duarte, Rita Mateus, Tiago Neves Paix\\xe3o, Tiago Queiroz, Tom\\xe1s Costa, Jos\\xe9 Soveral, Jo\\xe3o Almeida
  • Duarte, Filipe Ribeiro, Francisco Aguiar , Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Francisco Vasconcelos, Henrique Lopes Valen\\xe7a, Henrique Pedro, Hugo Correia, isosamep, Joana Margarida Alves Martins, Joao Diogo, Joao Pinto, Joao Salvado, Jose Pedroso, Jos\\xe9 Galinha, Jos\\xe9 Oliveira Pratas, Jos\\xc9 Proen\\xe7a, Jo\\xc3o Diogo Silva, Jo\\xc3o Moreira, Jo\\xc3o Raimundo, Luis Ferreira, Luis Marques, Luis Quelhas Valente, Marco Coelho, Mariana Barosa, Marise Almeida, Marta Baptista Coelho, Marta Madeira, Miguel Coimbra, Miguel Palhas, Nuno Gon\\xe7alves, Nuno Nogueira, Pedro, Pedro alagoa, Pedro Rebelo, Pedro Vaz, Renato Vasconcelos, Ricardo Delgadinho, rodrigo braz\\xc3o, Rui Baldaia, Rui Carrilho, Rui Passos Rocha, Telmo, Tiago Costa da Rocha, Tiago Pires, Tom\\xe1s F\\xe9lix, Vasco Lima, Vasco S\\xe1 Pinto, Vitor Filipe, Ricardo Nogueira, Alexandre Almeida, Francisco Arantes, Jo\\xe3o Crispim, Paulo dos Santos, \\xc9lio Mateus, Andr\\xe9 Peralta Santos, Jo\\xe3o Pinho

\\xa0

Esta conversa foi editada por: Martim Cunha Rego


Refer\\xeancias abordadas na conversa:

The Constitution of Liberty -\\xa0 Friedrich A. Hayek

Atlas Shrugged - Ayn Rand

Murray Rothbard

The Virtue of Selfishness - Ayn Rand

The Largest Study Ever of Libertarian Psychology - Jonathan Haidt

John Rawls

The Road to Serfdom - Friedrich Hayek

The Economist - The dominance of Google, Facebook and Amazon is bad for consumers and competition

Milton Friedman: \\u2018Pro free enterprise vs pro business\\u201d

The Economist - \\u201cThe Nordic countries, The next supermodel\\u201d

David Brooks - The market and the welfare state go together.

Modelo de Hofstede das diferen\\xe7as culturais

L\\xf3cus de controle

Livros recomendados:

Identity: The Demand for Dignity and the Politics of Resentment, de Francis Fukuyama

Europe: The Struggle for Supremacy, from 1453 to the Present, de Brendan Simms


Bio: M\\xe1rio Amorim Lopes \\xe9 docente universit\\xe1rio e investigador, com um percurso pessoal e profissional algo inusitado: forma-se primeiro em Engenharia Inform\\xe1tica, tendo trabalhado em S\\xe3o Francisco e regressado a Portugal para fundar uma startup. Cessa a sua participa\\xe7\\xe3o e vai viajar um ano pela Europa e Am\\xe9rica do Sul de mochila \\xe0s costas, com pouco mais do que roupas e livros (D. Quixote era a obra apropriada para esta empreitada). Regressa e dedica-se um ano a uma banda de rock electr\\xf3nico, em que faz composi\\xe7\\xe3o, produ\\xe7\\xe3o e toca baixo. Entretanto, tira o mestrado de Economia na FEP e muda de agulha. Do mestrado segue para o doutoramento, onde estudou quest\\xf5es de economia e pol\\xedticas de sa\\xfade, realizando investiga\\xe7\\xe3o e consultoria na \\xe1rea da sa\\xfade. Escreve no blog Insurgente e produz ensaios sobre temas da \\xe1rea da sa\\xfade para o Observador. \\xc9 despudoradamente liberal.

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