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b'Em 1532, quando ocorreu a primeira elei\\xe7\\xe3o de que se tem not\\xedcia no Brasil, habitantes de S\\xe3o Vicente (SP) cochichavam para o escriv\\xe3o os nomes de seus escolhidos para a C\\xe2mara Municipal. Desde ent\\xe3o, foi um longo caminho at\\xe9 o sistema seguro, eficiente e universal que temos hoje. Em conversa com Renata Lo Prete, o cientista pol\\xedtico Marcus Andr\\xe9 Melo identifica momentos-chave dessa trajet\\xf3ria, como a introdu\\xe7\\xe3o do voto secreto (1932) e a ado\\xe7\\xe3o da c\\xe9dula oficial (1955). Explica termos reveladores da profus\\xe3o de fraudes no Imp\\xe9rio e na Rep\\xfablica Velha, como \\u201cf\\xf3sforos\\u201d (eleitores fantasmas) e \\u201cchapa de caix\\xe3o\\u201d (c\\xe9dula falsa). E analisa a revolu\\xe7\\xe3o emancipat\\xf3ria promovida pela urna eletr\\xf4nica, que estreou em 1996. \\u201cO Brasil era campe\\xe3o de voto inv\\xe1lido\\u201d, lembra o professor da Universidade Federal de Pernambuco. A taxa, que chegou a superar 40% na elei\\xe7\\xe3o para deputado federal em 1990, caiu para cerca de 7% em 2000, e desde ent\\xe3o se manteve relativamente est\\xe1vel. Para completar, at\\xe9 hoje n\\xe3o se identificou caso de fraude com a urna eletr\\xf4nica, e o fim da necessidade de escrever na c\\xe9dula \\u201cencorajou a participa\\xe7\\xe3o\\u201d do eleitor menos instru\\xeddo. O direito ao voto, que ser\\xe1 exercitado mais uma vez em outubro, \\u201cganhou concretude".'