REPRISE: Fogo na Cinemateca - memoria destruida

Published: Dec. 29, 2021, 3:31 a.m.

b'\\u201cTodo mundo sabia que ia acontecer. E aconteceu", diz o diretor Cac\\xe1 Diegues sobre o processo cr\\xf4nico de neglig\\xeancia e asfixia de recursos que culminou no inc\\xeandio do galp\\xe3o na Vila Leopoldina, em S\\xe3o Paulo, em 29 de julho deste ano. O fogo destruiu cerca de um milh\\xe3o de documentos que registravam d\\xe9cadas da produ\\xe7\\xe3o audiovisual brasileira, entre trabalhos de artistas de renome e de an\\xf4nimos, e que contavam a hist\\xf3ria do pa\\xeds. O descaso vem de longe, mas o desejo de exterm\\xednio \\xe9 recente, diferencia Cac\\xe1, integrante da Academia Brasileira de Letras \\u201cN\\xe3o \\xe9 que o atual governo n\\xe3o se interesse pelo cinema. Ele \\xe9 contra o cinema, contra a cultura e n\\xe3o quer que o Brasil exista\\u201d. Na conversa com Renata Lo Prete, que O Assunto reprisa neste 29 de dezembro, o diretor reflete sobre o significado de seu \\u201cBye Bye Brasil\\u201d. O filme, que no ano 1 da pandemia completou quatro d\\xe9cadas, aborda temas para l\\xe1 de atuais, como destrui\\xe7\\xe3o ambiental e aniquila\\xe7\\xe3o de povos ind\\xedgenas. A despeito das dificuldades, Cac\\xe1 continua a criar e mant\\xe9m a esperan\\xe7a de que ningu\\xe9m conseguir\\xe1 matar o cinema brasileiro. E afirma que sem a arte \\u201cvoc\\xea corta a possibilidade de o pa\\xeds se organizar e ser alguma coisa".'