Para onde vai o Chile no 2o turno?

Published: Nov. 24, 2021, 4:54 a.m.

b'Desde a redemocratiza\\xe7\\xe3o, coaliz\\xf5es de centro-direita e de centro-esquerda se alternaram no poder. Uma equa\\xe7\\xe3o, ao menos na apar\\xeancia, mais est\\xe1vel que a de outros pa\\xedses da regi\\xe3o at\\xe9 2019, quando milhares de chilenos tomaram as ruas por dois meses. \\u201cA panela de press\\xe3o explodiu\\u201d, resume a soci\\xf3loga Beatriz Della Costa, diretora do Instituto Update, que estuda inova\\xe7\\xe3o pol\\xedtica na Am\\xe9rica Latina. Para ela, dois fatores explicam a virada de vento: \\u201cbrutal desigualdade social\\u201d e \\u201cbaixo acesso a servi\\xe7os p\\xfablicos\\u201d. Os protestos abriram caminho para uma Assembleia Constituinte, eleita em maio deste ano, de configura\\xe7\\xe3o majoritariamente progressista. E agora, apenas seis meses depois, nova inflex\\xe3o: no primeiro turno da disputa presidencial, realizado no domingo passado, o candidato da extrema-direita, Jos\\xe9 Antonio Kast, chegou na frente, com 28% dos votos. Na etapa final, seu advers\\xe1rio ser\\xe1 o Gabriel Boric, de esquerda, que obteve 25%. \\u201cO que est\\xe1 em jogo \\xe9 a capacidade de mobiliza\\xe7\\xe3o\\u201d de cada um, afirma Beatriz. Para o historiador Felipe Loureiro, os eleitores de Franco Parisi (terceiro colocado, com 13%), ser\\xe3o o fiel da balan\\xe7a. E, at\\xe9 aqui, os sinais s\\xe3o de que Kast teria capacidade de atra\\xed-los em maior n\\xfamero. Loureiro, coordenador do curso de Rela\\xe7\\xf5es Internacionais da USP e do Observat\\xf3rio da Democracia no Mundo, explica que a agenda econ\\xf4mica e o discurso de ordem de Kast t\\xeam ader\\xeancia no mercado e entre nost\\xe1lgicos da ditadura -ele \\xe9 defensor ferrenho de Augusto Pinochet. J\\xe1 a pauta de Boric, ligada a temas como preserva\\xe7\\xe3o ambiental e defesa dos direitos humanos, encontra eco no eleitorado mais jovem.'