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b'Em sua maior mobiliza\\xe7\\xe3o em pelo menos 3 d\\xe9cadas, mais de 6 mil representantes de dezenas de etnias marcam presen\\xe7a, h\\xe1 uma semana, nas proximidades do Supremo Tribunal Federal. O motivo \\xe9 um julgamento, que a Corte deve retomar nesta quarta, cujo desfecho amea\\xe7a limitar o que h\\xe1 de mais essencial para esses povos: o direito origin\\xe1rio \\xe0 terra. Neste epis\\xf3dio, Renata Lo Prete recebe duas convidadas: Samara Patax\\xf3, coordenadora jur\\xeddica da Articula\\xe7\\xe3o dos Povos Ind\\xedgenas, e Isadora Peron, rep\\xf3rter do jornal Valor Econ\\xf4mico. Samara, entrevistada num intervalo dos trabalhos na manifesta\\xe7\\xe3o, explica como a tese do \\u201cmarco temporal\\u201d contradiz o texto da Constitui\\xe7\\xe3o, ao restringir o direito a quem puder comprovar que j\\xe1 estava no territ\\xf3rio em 1988. A Carta \\u201creconhece claramente que a rela\\xe7\\xe3o com a terra \\xe9 ancestral\\u201d -- o que, lembra Samara, \\u201cn\\xe3o tem rela\\xe7\\xe3o com crit\\xe9rios temporais\\u201d. Ela puxa o fio dessa hist\\xf3ria, que come\\xe7a em outro julgamento (do caso da reserva Raposa Serra do Sol, em 2009), passa por decis\\xe3o tomada na gest\\xe3o Temer e vem dar na ostensiva pol\\xedtica contr\\xe1ria aos ind\\xedgenas do governo Bolsonaro. A conversa com Isadora esclarece os interesses em jogo no atual julgamento, que trata de disputa envolvendo os Xokleng, de Santa Catarina. Em especial, o interesse do agroneg\\xf3cio pela limita\\xe7\\xe3o do direito origin\\xe1rio. A rep\\xf3rter adianta a possibilidade de um dos ministros pedir vista, para ganhar tempo. E tamb\\xe9m a de uma \\u201csolu\\xe7\\xe3o intermedi\\xe1ria\\u201d, a partir de costura interna no tribunal.'