Os 50 anos do 'Clube da Esquina'

Published: Feb. 21, 2022, 3:16 a.m.

b'Foi um lugar -o encontro das ruas Divin\\xf3polis e Parais\\xf3polis, em Belo Horizonte. E tamb\\xe9m um movimento que reuniu talentos excepcionais, como os irm\\xe3os L\\xf4 e Marcio Borges, Ronaldo Bastos e Fernando Brandt, guiados \\u201cpela inquieta\\xe7\\xe3o e pela genialidade\\u201d de sua figura maior, Milton Nascimento. Quem relembra \\xe9 o jornalista e antrop\\xf3logo Paulo Thiago de Mello, autor de um livro sobre o Clube da Esquina e seu principal fruto: o disco hom\\xf4nimo lan\\xe7ado em mar\\xe7o de 1972, divisor de \\xe1guas na hist\\xf3ria da m\\xfasica brasileira. Um \\xe1lbum duplo (dos primeiros a sair no pa\\xeds) de sonoridade sofisticada e car\\xe1ter sinf\\xf4nico, no qual se mesclam influ\\xeancias que v\\xe3o das ra\\xedzes mineiras aos Beatles. Na conversa com Renata Lo Prete, Paulo Thiago resgata o contexto hist\\xf3rico em que vieram \\xe0 luz can\\xe7\\xf5es como \\u201cCais\\u201d, \\u201cTrem Azul\\u201d, \\u201cUm Gosto de Sol\\u201d e \\u201cNada Ser\\xe1 Como Antes\\u201d. Elas refletem \\u201ca ang\\xfastia e a asfixia\\u201d da pior fase da ditadura militar. Sinal disso, diz ele, \\xe9 a presen\\xe7a de estrada em quase todas as letras, como um \\u201cportal para um universo que est\\xe1 no interior, e que s\\xf3 quem bota a mochila nas costas poder\\xe1 encontrar". Chamado a comparar \\u201cClube da Esquina\\u201d a outros discos seminais que sa\\xedram naquele ano (como \\u201cAcabou Chorare\\u201d, dos Novos Baianos), Paulo Thiago afirma que Milton e seus amigos levaram \\u201co interior para a beira do mar". \\u201cA revolu\\xe7\\xe3o deles foi musical\\u201d.'