O novo PAC e o alerta da volta ao passado

Published: Aug. 9, 2023, 4:07 a.m.

b'O desafio \\xe9 antigo, e o rem\\xe9dio tamb\\xe9m - ao menos para os governos petistas. Em seu segundo mandato presidencial, Lula iniciou o Programa de Acelera\\xe7\\xe3o do Crescimento com o objetivo de investir no d\\xe9bil sistema de infraestrutura brasileiro. Agora, sob a gest\\xe3o Lula 3, o governo federal promete um novo PAC, agora diante de contas p\\xfablicas muito mais deterioradas e sob a cr\\xedtica de tentar passar R$ 5 bilh\\xf5es por fora da nova regra fiscal. Para fazer a an\\xe1lise da reedi\\xe7\\xe3o do PAC, alertar os erros das primeiras vers\\xf5es e apontar poss\\xedveis caminhos mais eficazes, Natuza Nery ouve o economista Samuel Pess\\xf4a, professor pesquisador da Julius Baer Family Office e do Instituto Brasileiro de Economia, da FGV-RJ. Neste epis\\xf3dio: \\n\\n- Samuel reconhece que o \\u201cEstado brasileiro precisa investir\\u201d, mas defende que investimento p\\xfablico \\xe9 gasto prim\\xe1rio e precisa estar dentro da meta fiscal. \\u201cTendo a regra fiscal, para aumentar o gasto de um item, precisa reduzir de outro item. E se o governo decidir gastar mais, precisa de mais receita para que as contas fechem\\u201d, avalia. \\u201cEnganar a regra n\\xe3o \\xe9 uma boa\\u201d, resume; \\n\\n- Ele diz que o an\\xfancio do programa faz recordar as \\u201ccoisas ruins de 10 anos atr\\xe1s\\u201d que pautaram a pol\\xedtica econ\\xf4mica do governo federal que levou \\u201c\\xe0 maior crise de nossa hist\\xf3ria\\u201d: \\u201cA gente volta pra um mundo que n\\xe3o era legal. Ser\\xe1 que a gente n\\xe3o consegue aprender?\\u201d;\\n\\n- Samuel explica as diferen\\xe7as de vis\\xe3o sobre o impacto dos gastos p\\xfablicos entre economistas ortodoxos (como ele) e heterodoxos (caso da maioria dos integrantes da equipe econ\\xf4mica do governo): \\u201cN\\xf3s achamos que a economia brasileira est\\xe1 sempre, mais ou menos, a pleno emprego. Os heterodoxos t\\xeam a hip\\xf3tese que a economia brasileira est\\xe1 ociosa\\u201d, resume;\\n\\n- O economista aponta as diferen\\xe7as entre a gest\\xe3o do Minist\\xe9rio da Fazenda de Guido Mantega (2006 a 2015) e Fernando Haddad (desde janeiro de 2023). \\u201cSer\\xe1 que agora eles conseguem fazer melhor\\u201d, questiona.'