O golpismo permanente de Bolsonaro
b'O 7 de Setembro n\\xe3o trouxe ruptura, mas deixou claro que o presidente continuar\\xe1 dobrando a aposta na depreda\\xe7\\xe3o institucional para se manter na cadeira. Ao discursar em dois dos eventos que convocou para a data, ele escalou mais um degrau, declarando abertamente que n\\xe3o pretende respeitar decis\\xf5es do Supremo (no momento, as do ministro Alexandre de Moraes) e do Congresso (que j\\xe1 enterrou o voto impresso, ressuscitado por Bolsonaro na prega\\xe7\\xe3o desta ter\\xe7a). \\u201cUma rea\\xe7\\xe3o para tentar sair do cerco\\u201d, resume Maria Cristina Fernandes, colunista do jornal Valor Econ\\xf4mico e comentarista da R\\xe1dio CBN. Ela se refere tanto \\xe0 aus\\xeancia de respostas do governo para as crises econ\\xf4mica e social quanto ao avan\\xe7o de investiga\\xe7\\xf5es que v\\xe3o das fake news \\xe0s rachadinhas da fam\\xedlia presidencial, passando pelas suspeitas de corrup\\xe7\\xe3o na compra de vacinas. \\u201cBolsonaro pode estar fraco para se reeleger", mas tem ainda um dispositivo para "dar cara de povo a seu golpismo", diz a jornalista, que esteve no ato da avenida Paulista. Na conversa com Renata Lo Prete, Maria Cristina prev\\xea que os ataques a Moraes acabem por \\u201cunir ainda mais\\u201d os ministros do Supremo. Quanto ao Congresso, embora a palavra impeachment tenha voltado a ser pronunciada, tudo continua a depender do grande ausente neste 7 de Setembro: o presidente da C\\xe2mara, Arthur Lira (PP-AL).'