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b'Cerca de 90% das transa\\xe7\\xf5es cambiais do planeta usam a moeda americana, que responde por quase dois ter\\xe7os das reservas de todos os Bancos Centrais. Uma domin\\xe2ncia que data do fim da 2\\xaa Guerra e se tornou completa a partir da d\\xe9cada de 70. E que agora est\\xe1 sujeita a debate, na esteira das san\\xe7\\xf5es econ\\xf4micas impostas \\xe0 R\\xfassia por ter invadido a Ucr\\xe2nia. Al\\xe9m das rea\\xe7\\xf5es de Moscou, movimentos recentes feitos por pa\\xedses como Ar\\xe1bia Saudita e \\xcdndia colocam em pauta a perspectiva de \\u201cdesdolariza\\xe7\\xe3o\\u201d do sistema financeiro internacional. Mas estamos longe disso, avalia o professor Ernani Torres, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Em conversa com Renata Lo Prete, ele resgata o hist\\xf3rico da ascens\\xe3o do d\\xf3lar, a partir dos acordos de Bretton Woods (1944), e explica que mesmo o yuan chin\\xeas ainda n\\xe3o faz c\\xf3cegas nessa hegemonia. \\u201cO sistema internacional \\xe9 parte do americano\\u201d, diz, e n\\xe3o o contr\\xe1rio. Participa tamb\\xe9m do epis\\xf3dio Solange Srour, economista-chefe de Brasil do Banco Credit Suisse. \\xc9 ela quem trata da trajet\\xf3ria de queda do d\\xf3lar aqui, fruto da valoriza\\xe7\\xe3o que a guerra provocou nas commodities que exportamos e da cont\\xednua eleva\\xe7\\xe3o da taxa b\\xe1sica de juros pelo BC.'