O bolsonarismo de motocicleta
b'Pressionado pelos efeitos da pandemia em sua popularidade e pelo cerco da CPI, o presidente da Rep\\xfablica encontrou um jeito peculiar de demonstrar que tem apoio: as \\u201cmotociatas\\u201d, percursos feitos por ele na companhia de motociclistas, eventos bancados com dinheiro p\\xfablico em que se misturam infra\\xe7\\xf5es sanit\\xe1rias e de tr\\xe2nsito. Neste epis\\xf3dio, Renata Lo Prete conversa com Guilherme Caetano, rep\\xf3rter do jornal O Globo que cobriu o mais recente desses atos, no s\\xe1bado passado em S\\xe3o Paulo. \\xc9 ele quem identifica os organizadores e tra\\xe7a o perfil dos participantes (cerca de 12 mil, segundo a Secretaria Estadual da Seguran\\xe7a P\\xfablica). Apesar da tem\\xe1tica evang\\xe9lica da convoca\\xe7\\xe3o, eram, em sua maioria, \\u201cintegrantes de motoclubes\\u201d, diz Guilherme. Segundo ele, tanto pilotos quanto ve\\xedculos guardavam pouca semelhan\\xe7a com os motoboys que respondem por boa parte dos servi\\xe7os de entrega nas cidades brasileiras. Participa tamb\\xe9m o cientista pol\\xedtico Christian Lynch, professor do Instituto de Estudos Pol\\xedticos e Sociais da UERJ. Para ele, o desfile de motos \\xe9 a forma de manifesta\\xe7\\xe3o escolhida pelo presidente por dar uma sensa\\xe7\\xe3o de volume superior ao real - num momento em que a oposi\\xe7\\xe3o passou a disputar as ruas. E por conversar com seu p\\xfablico mais fiel. Uma \\u201cestrat\\xe9gia populista reacion\\xe1ria\\u201d, define Lynch. \\u201cMas quando se quer transmitir tanta for\\xe7a \\xe9 porque ela est\\xe1 em falta na prateleira".'