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b'S\\xe3o cerca de 300 povos origin\\xe1rios, que hoje somam mais de 1,1 milh\\xe3o de pessoas. Seus direitos est\\xe3o inscritos na Constitui\\xe7\\xe3o Federal, mas nenhum outro segmento da popula\\xe7\\xe3o brasileira \\xe9 t\\xe3o pouco representado no Congresso: atualmente est\\xe1 l\\xe1 apenas a deputada federal Jo\\xeania Wapichana (Rede-RR). Um quadro que tem chances de melhorar este ano, quando h\\xe1 um n\\xfamero in\\xe9dito de postulantes: 180, de v\\xe1rias etnias, a diferentes cargos em disputa. \\u201cQuanto mais nos sentimos amea\\xe7ados, mais criamos instrumentos de defesa\\u201d, afirma Keyla de Jesus da Concei\\xe7\\xe3o, lideran\\xe7a patax\\xf3, advogada e pesquisadora da Universidade de Bras\\xedlia. Para ela, o crescimento da participa\\xe7\\xe3o no processo eleitoral reflete a escalada de viola\\xe7\\xf5es e amea\\xe7as ao longo do atual governo. Na conversa com Renata Lo Prete, Keyla celebra a Carta de 1988 como marco do \\u201creconhecimento da autonomia dos povos origin\\xe1rios\\u201d e resgata o papel hist\\xf3rico do primeiro deputado federal ind\\xedgena - M\\xe1rio Juruna, eleito em 1982 pelo Rio de Janeiro, filiado ao PDT de Leonel Brizola. Participa tamb\\xe9m do epis\\xf3dio a escritora e ativista M\\xe1rcia Kambeba, que em 2020 se candidatou a vereadora em Bel\\xe9m (PA). N\\xe3o teve sucesso nas urnas, mas se tornou a primeira ind\\xedgena a ocupar um posto de primeiro escal\\xe3o na Prefeitura da cidade, o de ouvidora geral. \\u201cPol\\xedtica ind\\xedgena \\xe9 feita todo dia na aldeia\\u201d, diz M\\xe1rcia. Ela acredita que essas candidaturas t\\xeam por objetivo \\u201cconstruir uma ponte entre dois mundos\\u201d e fazer valer a l\\xf3gica do \\u201cbem viver\\u201d como \\u201ceixo central da pr\\xe1tica pol\\xedtica\\u201d.'