Epidemia eterna na terra yanomami
b"Em tr\\xeas meses, o n\\xfameros de casos de Covid-19 deu um salto de 250% na maior reserva ind\\xedgena do Brasil, que se estende pelos Estados do Amazonas e de Roraima, onde vivem cerca de 27 mil \\xedndios das etnia Yanomami e Ye'kwana. L\\xe1 o novo coronav\\xedrus, combinado \\xe0 ressurg\\xeancia da mal\\xe1ria, deixa um rastro de mortes bem conhecido do povo, que ao longo de d\\xe9cadas foi dizimado por gripe, sarampo e outras doen\\xe7as trazidas pelo homem branco. Em especial pelos garimpeiros -na estimativa dos yanomamis, eles s\\xe3o hoje cerca de 20 mil, praticando atividade ilegal no territ\\xf3rio e contaminando sua popula\\xe7\\xe3o com o novo coronav\\xedrus. \\u201cO garimpo pra gente \\xe9 uma doen\\xe7a, que mata a pessoa, que mata o ambiente, que mata os rios\\u201d, diz em entrevista a Renata Lo Prete Dario Kopenawa, filho de Davi e vice-presidente da Associa\\xe7\\xe3o Hutukara, que representa os yanomamis. Dario estabelece a rela\\xe7\\xe3o entre os per\\xedodos de avan\\xe7o do garimpo e a sucess\\xe3o de epidemias que foram ceifando a etnia. Ele tamb\\xe9m explica o trabalho dos xam\\xe3s, dos \\u201cm\\xe9dicos da floresta\\u201d, e do autocuidado para compensar a progressiva omiss\\xe3o do poder p\\xfablico. E relata em detalhes o encontro que teve em julho com o vice-presidente Hamilton Mour\\xe3o para formalmente dar ci\\xeancia dos crimes que est\\xe3o ocorrendo na reserva. Desde ent\\xe3o, nada aconteceu para interromper esse processo. Dario fala ainda da destrui\\xe7\\xe3o da Amaz\\xf4nia: \\u201cSe voc\\xeas n\\xe3o pararem de desmatar, a Terra vai ser muito brava com voc\\xeas\\u201d."