Bruno e Dom, 1 ano do crime no Vale do Javari
b'No dia 5 de junho de 2022, o indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips foram v\\xedtimas de uma emboscada pr\\xf3xima \\xe0 comunidade de S\\xe3o Rafael, regi\\xe3o da tr\\xedplice fronteira entre Brasil, Col\\xf4mbia e Peru. Na ocasi\\xe3o, apontam as investiga\\xe7\\xf5es da pol\\xedcia, eles foram executados com tiros nas costas por pescadores ilegais, a mando de financiadores do crime organizado. Para esclarecer o que se sabe deste crime um ano depois e as consequ\\xeancias dele no Vale do Javari, Natuza Nery conversa com S\\xf4nia Bridi, rep\\xf3rter do Fant\\xe1stico e diretora do document\\xe1rio \\u201cVale dos isolados: o assassinato de Bruno e Dom\\u201d, dispon\\xedvel no Globoplay. Neste epis\\xf3dio: \\n\\n- S\\xf4nia relata os mais de 70 dias que passou no Vale do Javari para a grava\\xe7\\xe3o do document\\xe1rio. \\u201cO cen\\xe1rio da Amaz\\xf4nia era outro e a \\xe1gua tinha abaixado mais de 3 metros em rela\\xe7\\xe3o ao dia do crime\\u201d, recorda. Assim, ela acompanhou amigos e ex-colegas de Bruno numa incurs\\xe3o em busca de objetos pessoais dele e do jornalista: foram encontrados documentos, um caderno de anota\\xe7\\xf5es e um celular, cujas imagens \\u201cdeixam clara a din\\xe2mica do que aconteceu\\u201d; \\n\\n- Ela tamb\\xe9m explica a hist\\xf3ria de viol\\xeancia desmedida contra os ind\\xedgenas que aflige h\\xe1 d\\xe9cadas o Vale do Javari. H\\xe1 mais de 40 massacres relatados e registrados \\u2013 em pelo menos dois deles, ocorridos em 1989 e 1995, assassinos t\\xeam rela\\xe7\\xe3o com os executores de Bruno e Dom. E agora, a pol\\xedcia tem ind\\xedcios de que o mandante da morte dos dois \\xe9 tamb\\xe9m respons\\xe1vel pelo homic\\xeddio do indigenista Maxciel Pereira, em 2019; \\n\\n- A jornalista apresenta uma figura importante no crime organizado da regi\\xe3o, o Col\\xf4mbia. \\xc9 ele o suspeito de mandar matar Bruno, Dom e Maxciel, al\\xe9m de financiar a pesca ilegal e de estar relacionado \\xe0 lavagem de dinheiro oriundo do tr\\xe1fico de drogas. \\u201cEu fui at\\xe9 a balsa onde operava o neg\\xf3cio do Col\\xf4mbia, e fui intimidada e colocada para fora por policiais peruanos\\u201d, revela; \\n\\n- S\\xf4nia recorda as conversas que teve com os ind\\xedgenas sobre o trabalho de Bruno no Vale do Javari: \\u201cEles diziam que o Bruno era \\u2018parte de n\\xf3s\\u2019, que era um parente\\u201d. Eles tamb\\xe9m contaram \\xe0 jornalista que, em termos de seguran\\xe7a, nada mudou neste \\xfaltimo ano. \\u201cAs pessoas continuam sendo amea\\xe7adas e com medo\\u201d, afirma.'