Bolsonaro, Lira e o teatro dos combustiveis

Published: June 22, 2022, 4:44 a.m.

b'Desde o in\\xedcio do ano, a gasolina acumula alta de 9%, e o diesel, de 25%. Sob o impacto da crise internacional no setor de energia e do real desvalorizado, puxam uma infla\\xe7\\xe3o que corr\\xf3i o poder de compra dos brasileiros e as chances de reelei\\xe7\\xe3o do presidente da Rep\\xfablica. Em resposta a este problema concreto, ele e aliados no Congresso escolheram um inimigo imagin\\xe1rio: a Petrobras. Uma ofensiva que escalou a patamar in\\xe9dito a partir do \\xfaltimo reajuste anunciado pela estatal, na sexta-feira passada. Em conversa com Renata Lo Prete, o jornalista Carlos Andreazza examina as ideias lan\\xe7adas pelo cons\\xf3rcio Bolsonaro-Centr\\xe3o para bombardear a empresa - de CPI a uma Medida Provis\\xf3ria que esvaziaria, numa canetada, as conquistas de governan\\xe7a trazidas pela Lei das Estatais, de 2016. Bolsonaro, diz o colunista do jornal O Globo e apresentador da r\\xe1dio CBN, replica sua eterna \\u201cl\\xf3gica do confronto\\u201d ao trocar o comando da Petrobras pela terceira vez. E o presidente da C\\xe2mara, Arthur Lira (PP-AL), \\u201cd\\xe1 aula de patrimonialismo\\u201d quando defende a MP em nome de \\u201cmaior sinergia entre as estatais e o governo do momento\\u201d. Como principal elemento da farsa, Andreazza aponta o fato de que, ao longo da cruzada, Bolsonaro e auxiliares jamais colocaram em discuss\\xe3o a pol\\xedtica de Pre\\xe7o de Paridade Internacional (PPI), dado essencial da equa\\xe7\\xe3o. Para o jornalista, do barulho todo restar\\xe1 uma conta de pelo menos R$ 50 bilh\\xf5es que conseguir\\xe1, no m\\xe1ximo, \\u201cmaquiar a bomba de gasolina at\\xe9 a elei\\xe7\\xe3o\\u201d.'