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b'Cada vez mais pessoas v\\xeam identificando que determinados comportamentos e experi\\xeancias est\\xe3o relacionadas a uma condi\\xe7\\xe3o mais ampla, o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Um levantamento realizado nos Estados Unidos demonstra o salto no n\\xfamero de diagn\\xf3sticos: h\\xe1 20 anos, havia 1 caso de autismo a cada 150 crian\\xe7as; agora, identifica-se 1 caso a cada 36 crian\\xe7as. No Brasil, o contingente identificado no TEA j\\xe1 passa de 2 milh\\xf5es. E se, por um lado, a descoberta do diagn\\xf3stico avan\\xe7a, por outro, ainda falta muito para que toda essa popula\\xe7\\xe3o esteja devidamente integrada \\u2013 pelo menos 85% dos autistas ainda n\\xe3o s\\xe3o absorvidos pelo mercado de trabalho. Para explicar tudo que est\\xe1 relacionado ao espectro autista, Natuza Nery conversa com o quadrinista F\\xfalvio Pacheco, autor dos livros Relatos Azuis e Relatos Autistas e coordenador da Gibiteca de Curitiba e do n\\xfacleo paranaense da Associa\\xe7\\xe3o Abra\\xe7a de Pessoas Autistas, e com Joana Portolese, neuropsic\\xf3loga e coordenadora do programa de diagn\\xf3stico do TEA do Hospital das Cl\\xednicas, na USP. Neste epis\\xf3dio: \\n\\n- F\\xfalvio conta como a not\\xedcia do diagn\\xf3stico foi um \\u201cdivisor de \\xe1guas\\u201d em sua vida. Uma investiga\\xe7\\xe3o que come\\xe7ou depois do nascimento de seu filho mais novo, Murilo, diagnosticado ainda na primeira inf\\xe2ncia: \\u201cQuando ele come\\xe7ou a fazer as terapias, eu comecei a me ver, lembrando de quando tinha a idade dele. E n\\xe3o s\\xf3 eu, mas meu pai e meu irm\\xe3o tamb\\xe9m t\\xeam algum grau de autismo\\u201d, afirma;\\n\\n- Ele tamb\\xe9m relata os epis\\xf3dios de discrimina\\xe7\\xe3o que sofreu com Murilo, cujo grau no TEA baixou de 3 (severo) para 2 (moderado): \\u201cA crian\\xe7a autista \\xe0s vezes tem colapsos, e as pessoas olham, criticam e teve at\\xe9 um caso em que uma senhora deu um tapa nele\\u201d. E, diante de um contexto no qual a aceita\\xe7\\xe3o aos autistas ainda \\xe9 um desafio, ele advoga em prol das cotas. \\u201cNo mercado de trabalho, uma pessoa autista pode ser at\\xe9 mais interessante do que uma pessoa neuro t\\xedpica\\u201d, conclui; \\n\\n- Joana descreve as caracter\\xedsticas do espectro autista, as diferen\\xe7as entre os tr\\xeas graus da condi\\xe7\\xe3o: que pode variar entre uma vida completamente funcional e capacidade cognitiva muito elevada at\\xe9 uma situa\\xe7\\xe3o de n\\xe3o-verbalidade e alta dificuldade de viver autonomamente. \\u201cNo n\\xedvel leve, \\xe9 comum que as pessoas tenham o diagn\\xf3stico mais tardio, e esse \\xe9 um momento de autoconhecimento e libera\\xe7\\xe3o\\u201d, afirma;\\n\\n- Ela apresenta as hip\\xf3teses do crescimento no n\\xfamero de crian\\xe7as diagnosticadas com autismo nos \\xfaltimos anos. Uma delas se relaciona \\xe0 \\u201cqualifica\\xe7\\xe3o dos profissionais, ao n\\xfamero de pesquisas feitas e o acesso dos pais a mais informa\\xe7\\xe3o\\u201d - elementos que levam tamb\\xe9m \\xe0 possibilidade de identificar a condi\\xe7\\xe3o na inf\\xe2ncia. \\u201cQuanto mais precoce a descoberta, melhor o desenvolvimento\\u201d, resume.'