Amazonia: a marcha batida da destruicao

Published: Nov. 22, 2021, 4:06 a.m.

b'O balan\\xe7o anual do Inpe indica, pela quarta vez seguida, avan\\xe7o do desmatamento na regi\\xe3o. No comparativo com o per\\xedodo anterior, a alta foi de 22%, correspondente a mais 13 mil km\\xb2. N\\xfameros n\\xe3o apenas assombrosos como ocultados pelo governo desde outubro, para que s\\xf3 viessem \\xe0 luz depois da C\\xfapula do Clima da ONU. De posse das informa\\xe7\\xf5es, o agr\\xf4nomo Andr\\xe9 Guimar\\xe3es, diretor-executivo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazonia (Ipam), dimensiona o estrago: uma perda anual equivalente a quatro vezes o tamanho do Distrito Federal, 90% em opera\\xe7\\xf5es ilegais e mais da metade em terras p\\xfablicas, griladas para especula\\xe7\\xe3o fundi\\xe1ria. \\u201cAo perder floresta, perdemos biodiversidade, servi\\xe7os ambientais e ciclos h\\xeddricos que ela mant\\xe9m\\u201d, explica. Esse longo per\\xedodo de desmatamento em patamares elevados coincide com o protagonismo dos militares no Conselho da Amaz\\xf4nia, contextualiza a jornalista Marta Salomon, colaboradora da revista Piau\\xed e doutora em Desenvolvimento Sustent\\xe1vel. Ela se baseia em documentos p\\xfablicos para afirmar que a atual estrat\\xe9gia oficial para o bioma remonta \\xe0 \\xe9poca da ditadura. \\u201c\\xc9 uma vis\\xe3o de que n\\xe3o se trata de um territ\\xf3rio estrat\\xe9gico para mudan\\xe7as clim\\xe1ticas, mas sim de uma fronteira de recursos naturais a ser explorada\\u201d. Marta explica tamb\\xe9m que as For\\xe7as Armadas assumiram n\\xe3o s\\xf3 o comando estrat\\xe9gico, mas tamb\\xe9m o das verbas p\\xfablicas: em 2020, geriram R$ 370 milh\\xf5es para a Amaz\\xf4nia, o dobro do que os \\xf3rg\\xe3os ambientais tiveram no per\\xedodo. E os resultados vemos agora.'