Alemanha: na 4a onda e sob nova direcao

Published: Dec. 6, 2021, 3:16 a.m.

b'Depois de 16 anos, a era Merkel deve chegar ao fim nesta quarta-feira, quando o Parlamento se reunir e confirmar Olaf Scholz como chanceler. De cara, \\xe0s portas do inverno, o social-democrata ter\\xe1 de enfrentar o arrefecimento da pandemia - e a resist\\xeancia de parte da popula\\xe7\\xe3o a se vacinar. Isso ser\\xe1 \\u201cprioridade absoluta do novo governo\\u201d, afirma Kai Enno Lehmann, professor de Rela\\xe7\\xf5es Internacionais da USP. Angela Merkel e seu sucessor v\\xeam trabalhando juntos em medidas nessa \\xe1rea. Depois da transi\\xe7\\xe3o, no entanto, conflitos em torno de temas menos consensuais podem emergir. Afinal, a coaliz\\xe3o formada \\xe9 a primeira, desde a metade do s\\xe9culo passado, a abrigar tr\\xeas partidos distintos e \\u201cideologicamente bem diferentes\\u201d (verdes e liberais completam o trio). \\u201cS\\xe3o parceiros pouco naturais, e isso vai produzir muito debate\\u201d, sobretudo a respeito da sempre adiada reforma do sistema previdenci\\xe1rio. Entre as concord\\xe2ncias, ele aponta investimento na transi\\xe7\\xe3o para uma economia mais verde - o que, prev\\xea o professor, amea\\xe7a colocar mais press\\xe3o nas tratativas da Uni\\xe3o Europeia com o Brasil. Na conversa com Renata Lo Prete, Kai tamb\\xe9m analisa o longo per\\xedodo Merkel. Segundo ele, a cientista que se tornou uma das pol\\xedticas mais influentes do mundo \\u201cencarnou muito bem\\u201d a estabilidade que a Alemanha buscava e conseguiu alcan\\xe7ar, mesmo diante de sucessivas turbul\\xeancias globais. A democracia-crist\\xe3 de Merkel foi derrotada nas urnas, mas a chanceler sai de cena com alta popularidade. \\u201cEla tem perfil cauteloso, mas, quando a oportunidade se apresenta, ela pega\\u201d, resume. \\u201cE esse jeito frio de lidar com as crises conquistou os alem\\xe3es\\u201d.'