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b'Fundador do Memoh, que tem como principal plataforma fazer o homem refletir sobre modo de agir, discute masculinidades\\n \\n Pedro de Figueiredo foi um publicit\\xe1rio bem-sucedido, mas em certa altura decidiu largar tudo para assumir um papel importante na luta pela igualdade entre os g\\xeaneros. "Eu era o homem b\\xe1rbaro, publicit\\xe1rio e branco que achava que estava abalando. Precisei gerar uma ruptura disso: deixar o emprego, por\\xe9m, foi a maior loucura que j\\xe1 fiz. Aquela vida j\\xe1 n\\xe3o fazia mais sentido do ponto de vista pol\\xedtico; da minha contribui\\xe7\\xe3o para a sociedade", conta.\\nFoi ent\\xe3o que Pedro criou o Memoh, um neg\\xf3cio social que tem como principal plataforma fazer o homem refletir sobre seu modo de agir. A iniciativa funciona em tr\\xeas frentes: promovendo encontros virtuais que debatem sobre masculinidades, produzindo conte\\xfados e tamb\\xe9m prestando consultorias corporativas.\\n[VIDEO=https://www.youtube.com/embed/hvawKQZ7cCA; CREDITS=; LEGEND=; IMAGE=https://img.youtube.com/vi/hvawKQZ7cCA/sddefault.jpg]\\nQuando come\\xe7ou, no entanto, ele assume que fez muita coisa errada. "Entrei no debate dizendo o que a mulher precisa fazer ou deixar de fazer sem me reconhecer idiota. O esfor\\xe7o \\xe9 o de deixar de ser idiota", diz.\\nApesar de ter aprendido muito desde o in\\xedcio, Pedro tem avers\\xe3o \\xe0 imagem de homem iluminado. "A import\\xe2ncia do debate sobre masculinidade existir \\xe9 se for atrelado ao movimento de mulheres. Se virar um espa\\xe7o para homem chorar e se encerrar nisso, vai virar mais um lifestyle; metrossexual 2021", reflete.\\nNo papo com o Trip FM, o ex-publicit\\xe1rio ainda fala sobre paternidade, cancelamento e dinheiro.\\xa0Ou\\xe7a o programa no Spotify, no play nesta reportagem ou leia um trecho da entrevista a seguir.\\n[IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2021/09/6143bb1750c1b/pedro-de-figueiredo-memoh-trip-fm-mh.jpg; CREDITS=Alex Batista; LEGEND=Pedro de Figueiredo; ALT_TEXT=Pedro de Figueiredo]\\nLEIA TAMB\\xc9M: "Eu recuso a monogamia fatalista", diz Francisco Bosco\\nTrip FM. Existe um movimento sobre o qual vale a pena discutir, que \\xe9 o cancelamento do homem branco. Como voc\\xea tem se dedicado a estudar o comportamento masculino, gostaria de saber sua opini\\xe3o e se, \\xe0s vezes, voc\\xea se sente cancelado.\\nPedro de Figueiredo. \\xc9 a pergunta do momento. Eu sou um homem branco, heterossexual, da zona sul do Rio de Janeiro. Estou no topo do privil\\xe9gio. Sinceramente, esse cancelamento que n\\xf3s homens temos medo \\xe9, na verdade, uma falta de ser questionado. O cancelamento na maioria das vezes s\\xf3 est\\xe1 chamando a pessoa a se manifestar. Atuando no debate masculinidades, preciso ter muito cuidado. \\xc9 um debate s\\xe9rio, que envolve a vida das pessoas. Mas isso n\\xe3o me impede de falar. Esse conceito do lugar de fala estabelece de onde voc\\xea fala. Eu, como homem cisg\\xeanero e tudo mais, entendo que estou em um lugar na sociedade e esse lugar traz uma s\\xe9rie de preocupa\\xe7\\xf5es que eu preciso me inteirar para manifestar alguma opini\\xe3o.\\nVoc\\xea j\\xe1 se abriu sobre a falta de intimidade com o seu pai. Gostaria que voc\\xea falasse disso para gente, j\\xe1 que \\xe9 uma quest\\xe3o muito presente em seu trabalho tamb\\xe9m.\\xa0Meu pai, como a grande maioria, foi ausente. Ele fazia coisas cl\\xe1ssicas da rela\\xe7\\xe3o distante pai e filho: me levava para dar uma volta de moto ou para ir no Maracan\\xe3, mesmo n\\xe3o gostando tanto de futebol, uma vez por m\\xeas. Ele se separou da minha m\\xe3e e ela foi a respons\\xe1vel por quase todo o meu desenvolvimento. O cuidado do homem \\xe9 algo distante desde o momento em que a gente nasce. Em um debate sobre paternidade, t\\xe3o importante quanto falar de afeto \\xe9 falar de cuidado e responsabilidade. Eu amava muito o meu pai, apesar de nunca ter dito isso a ele, o que n\\xe3o impede de ele ter sido um grande babaca com a minha m\\xe3e.\\nVamos falar de outra influ\\xeancia que certamente foi grande na sua vida tamb\\xe9m, que \\xe9 a de ter sido publicit\\xe1rio. Poucos meios s\\xe3o mais machistas do que esse. Fale um pouco desse planeta.\\xa0O Memoh alcan\\xe7ou essa visibilidade muito por essa habilidade t\\xe9cnica adquirida nesse per\\xedodo. Quando eu vou fazer um evento em ag\\xeancia de publicidade que sei que tem gente que me conhece, sei tamb\\xe9m que ter\\xe1 gente que vai lembrar de mim nas festinhas de ag\\xeancia, sendo o heterotop cl\\xe1ssico de ag\\xeancia de propaganda. Eu era o homem b\\xe1rbaro, publicit\\xe1rio, branco, achando que estava abalando. Eu precisei gerar uma ruptura disso. Deixar o emprego foi a maior loucura que j\\xe1 fiz, mas aquela vida j\\xe1 n\\xe3o fazia mais sentido para mim do ponto de vista pol\\xedtico, da minha contribui\\xe7\\xe3o.'