Italo Ferreira: Sem medo de onda grande

Published: April 1, 2022, 11 p.m.

b'Primeiro campeão olímpico de surf e o terceiro brasileiro a conquistar um título mundial, ele fala sobre treinamento, vaidade e Baía Formosa\\n \\n Os treinamentos f\\xedsicos dos surfistas de elite come\\xe7aram a ser cada vez mais focados na for\\xe7a e na pot\\xeancia por uma raz\\xe3o: os a\\xe9reos. Na \\xfaltima d\\xe9cada, a manobra ganhou import\\xe2ncia na avalia\\xe7\\xe3o dos ju\\xedzes do circuito mundial. E, para voar alto, \\xe9 preciso estar bem preparado. "Antigamente o surfista tinha um treino mais leve, voltado ao movimento. Eu segui um novo caminho, de pegar peso. Isso quebrou com o que todo mundo pensava", diz Italo Ferreira.\\nO primeiro campe\\xe3o ol\\xedmpico de surf e o terceiro brasileiro a conquistar um t\\xedtulo mundial, Italo contou ao Trip FM como mudar a forma de treinar e alterar a alimenta\\xe7\\xe3o o fizeram conquistar o lugar mais alto da sua modalidade em apenas um ano. Extremamente criativo e espont\\xe2neo dentro e fora do mar, Italo agora se prepara para a etapa de Bells Beach, na Austr\\xe1lia. Mas antes disso ele fez quest\\xe3o de conversar com a gente sobre o medo de onda grande, reflex\\xf5es sobre vaidade, sua rela\\xe7\\xe3o com a Ba\\xeda Formosa entre outros assuntos.\\n[IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2022/04/6247667431e5a/italo-ferreira-surfista-tripfm-mh.jpg; CREDITS=Divuga\\xe7\\xe3o; LEGEND=Italo Ferreira; ALT_TEXT=Italo Ferreira]\\nTrip. Existe uma imagem famosa de voc\\xea gritando e comemorando fechado dentro de um banheiro qu\\xedmico quando ganhou a sua primeira etapa do circuito mundial de surf. O que aconteceu naquele momento?\\nItalo Ferreira. As coisas estavam muito perfeitas naquele evento. Em todas as baterias que eu vencia, aquele era o meu momento de concentra\\xe7\\xe3o, de fazer a minha ora\\xe7\\xe3o e ficar sem tantas c\\xe2meras ao meu redor. Realmente depois que eu venci precisei colocar tudo para fora. Eu n\\xe3o poderia imaginar como foi constru\\xedda essa hist\\xf3ria: de vencer o Mick Fanning na final \\u2013 algu\\xe9m que eu cresci admirando \\u2013, em sua \\xfaltima prova antes da aposentadoria. Seria imposs\\xedvel sonhar com o que aconteceu. Foi dali para frente que eu comecei a me destacar.\\nQuais s\\xe3o os profissionais que te ajudam a chegar nesse est\\xe1gio de afia\\xe7\\xe3o? Hoje voc\\xea est\\xe1 muito forte, no sentido amplo da palavra.\\xa0Depois de 2018 percebi que algo deveria mudar. O que estava faltando? Os treinos: eu estava me lesionando muito e era imposs\\xedvel manter um alto n\\xedvel sem preparo f\\xedsico. Quando percebi que precisava mudar isso na minha rotina, foi quando eu consegui ser campe\\xe3o do mundo. Em 2020, depois da pandemia, acabei focando um pouco mais na alimenta\\xe7\\xe3o. Precisei me manter forte e leve. Isso envolveu nutricionista, fisioterapeuta e treinador f\\xedsico. Hoje eu consigo saber exatamente o que posso comer dependendo do campeonato que vou participar. Hava\\xed, por exemplo, eu posso ter mais peso porque as ondas s\\xe3o mais fortes.\\nMe conta um pouco sobre o medo das ondas grandes. Mudou a sua rela\\xe7\\xe3o com esse tipo de campeonato ultimamente?\\xa0Eu sempre consegui me desafiar, perder um pouco de medo de ondas grandes viajando e explorando outros lugares. Surfar Pipeline gigante quando ningu\\xe9m entra pode fazer a diferen\\xe7a em um campeonato. \\xc9 um processo em que ainda estou evoluindo. N\\xe3o posso dizer que sou expert em todo o tipo de onda, mas hoje consigo me aventurar em ondas maiores.'