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b'Brasileiro que se especializou na cobertura de áreas de conflito fala sobre guerras da Ucrânia, Síria e embates na Amazônia\\n \\n Em prepara\\xe7\\xe3o para uma segunda viagem \\xe0 Ucr\\xe2nia, o fot\\xf3grafo e documentarista de guerra Gabriel Chaim conversou com o Trip FM sobre seus dez anos de experi\\xeancia cobrindo alguns dos mais violentos conflitos que assolaram a humanidade. Gabriel esteve na Palestina, fez v\\xe1rias coberturas na S\\xedria e, mais recentemente, acompanhou a Pol\\xedcia Federal em opera\\xe7\\xf5es contra o garimpo na Amaz\\xf4nia. Conhecido por estar onde a not\\xedcia se forma, muitas vezes em meio ao fogo cruzado, ele garante que teme muito a morte, mas aprendeu a lidar com ela enquanto est\\xe1 em campo \\u2013 e para cada dose de trag\\xe9dia h\\xe1 tamb\\xe9m muita esperan\\xe7a. \\u201cNa guerra, morte e vida convivem muito pr\\xf3ximas\\u201d.\\nEm um papo reflexivo, Gabriel falou tamb\\xe9m de como se sente ao voltar \\xe0 sua realidade no Brasil, dos povos yanomamis, da desvaloriza\\xe7\\xe3o da fotografia, entre outras coisas. A conversa fica dispon\\xedvel no play aqui em cima e no Spotify.\\n[IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2023/05/6467a6607cef1/gabriel-chaim-fotografo-guerra-ucrania-tripfm-mh.jpg; CREDITS=Gabriel Chaim (@gabrielchaim); LEGEND=; ALT_TEXT=]\\nTrip. Voc\\xea acha que h\\xe1 fim para os conflitos no Oriente M\\xe9dio?\\nGabriel Chaim. Historicamente, os conflitos no Oriente M\\xe9dio nunca acabaram. Muda-se a tecnologia de guerra, a cat\\xe1strofe se torna maior, mais pessoas v\\xe3o se deslocando de suas casas, mas o conflito n\\xe3o cessa. S\\xe3o muitas as coisas que est\\xe3o por debaixo dessas ideologias que dizem buscar o bem. O motivo geralmente \\xe9 muito mais econ\\xf4mico do que qualquer outro. Na S\\xedria, por exemplo, \\xe9 uma complexidade t\\xe3o grande que nem os s\\xedrios entendem o que est\\xe1 acontecendo. Esse conflito da Ucr\\xe2nia foi importante n\\xe3o s\\xf3 para demonstrar o qu\\xe3o destrutiva pode ser uma guerra, mas tamb\\xe9m para mostrar o qu\\xe3o seletivo o ser humano \\xe9 em rela\\xe7\\xe3o \\xe0 dor do pr\\xf3ximo. Imagina se existisse toda essa como\\xe7\\xe3o no in\\xedcio da guerra da S\\xedria? Quantas vidas n\\xe3o poderiam ser salvas?\\nPara que serve a fotografia de guerra?\\xa0A fotografia de guerra \\xe9 uma den\\xfancia singular de uma parte do mundo que n\\xe3o vai bem. De algo da sociedade que est\\xe1 indo para o caminho oposto ao que se deveria. \\xc9 um testemunho, \\xe9 uma den\\xfancia, \\xe9 tudo isso junto. \\xc9 um cap\\xedtulo de um livro que vai ficar para sempre na hist\\xf3ria, o registro de uma \\xe9poca para uma nova gera\\xe7\\xe3o se lembrar que aquele \\xe9 um caminho para n\\xe3o se seguir. \\xc9 importante para fazer com que as pessoas se sintam desconfort\\xe1veis.\\nA partir de suas experi\\xeancias cobrindo guerras, como voc\\xea passou a enxergar a nossa rela\\xe7\\xe3o com o dinheiro?\\xa0Eu saio de uma realidade completamente oposta ao que eu estou inserido quando volto ao Brasil, de forma muito impactante. Eu percebo pelo Instagram, por esse culto pelo milh\\xe3o, por ficar muito rico, como se esse fosse o sin\\xf4nimo do sucesso. Como as pessoas est\\xe3o cultuando algo que deveria ser apenas uma utopia e deixando de acreditar em outros valores, em rela\\xe7\\xe3o ao mundo como ele deveria ser. Na maior parte do ano eu estou filmando pessoas que passam necessidades econ\\xf4micas por conta da gan\\xe2ncia humana. Eu n\\xe3o trocaria o que aprendi nos \\xfaltimos dez anos por nenhum dinheiro do mundo. Eu conquistei um valor imaterial que n\\xe3o tem pre\\xe7o. \\xc9 um conhecimento maravilhoso? N\\xe3o, \\xe9 um caminho complicado com coisas que n\\xe3o s\\xe3o belas, mas agrade\\xe7o todos os dias por ter tido essas experi\\xeancias.'