TRINCHEIRAS INVISIVEIS poema de Melina Guterres (Mel Inquieta)

Published: Sept. 2, 2020, 2:36 a.m.

b'

TRINCHEIRAS INVIS\\xcdVEIS

\\n


\\n

Era meio sol

\\n

Meia foice 

\\n

Meio imundo

\\n

Obscuro

\\n

Tinha um dem\\xf4nio nas antenas

\\n

Nos raios da comunica\\xe7\\xe3o 

\\n


\\n

Tinha um fac\\xe3o 

\\n

Na trincheira 

\\n

Da mata selvagem

\\n

Uma Amazonas

\\n

Enchia meu c\\xe1lice 

\\n

Com a pureza do rio das dores, 

\\n

das l\\xe1grimas de m\\xfaltiplas mulheres

\\n


\\n

No peito, o colo, 

\\n

Meu rosto era pintado

\\n

Com o tra\\xe7o da guerra 

\\n

Que h\\xe1 pouco n\\xe3o via, 

\\n

Como poderia?

\\n

Se a margem do rio 

\\n

N\\xe3o permitia?

\\n


\\n

- Nem todo horizonte 

\\n

\\xc9 fronteira

\\n

Nem toda mulher

\\n

Restrita 

\\n


\\n

Repetia

\\n

A s\\xe1bia \\xedndia

\\n

Num canto 

\\n

No balan\\xe7o 

\\n

Do um corpo

\\n

Que protegia

\\n

Outro corpo

\\n

Num leve sono

\\n

De recomposi\\xe7\\xe3o 

\\n

At\\xe9 a pr\\xf3xima 

\\n

Trincheira

\\n


\\n

escrito em 15/07/2020

\\n

Melina Guterres / Mel Inquieta

\\n


\\n

Arte: EW divulgou uma nova arte conceitual do filme da Mulher-Maravilha que mostra a hero\\xedna caminhando calmamente no meio das trincheiras da Primeira Guerra Mundial

'